Quando é Necessário Fazer Radiografia para Diagnosticar e Acompanhar a Displasia dos Quadris? A Radiação É um Problema?

A displasia do desenvolvimento dos quadris (DDQ) é uma condição importante a ser diagnosticada e acompanhada de perto. Muitos pais têm dúvidas sobre o uso de radiografia para diagnosticar e monitorar essa condição, especialmente com a preocupação sobre os efeitos da radiação. Vamos esclarecer tudo isso.

Quando a Radiografia é Necessária?

A radiografia é uma ferramenta importante para o diagnóstico e acompanhamento da displasia do quadril, principalmente após os primeiros meses de vida. Veja como e quando ela é usada:

• Diagnóstico Inicial: Em bebês, a radiografia não é a primeira escolha devido à formação ainda incompleta do osso do quadril, eles são cartilaginosos nesse momento. O diagnóstico inicial é feito por meio da ultrassonografia, até os 6 meses de idade, pois essa técnica não utiliza radiação e permite avaliar a formação da articulação do quadril. Em alguns casos, quando a cabeça do fêmur se ossifica antes dos 6 meses, a radiografia pode ser necessária.
• Após os 6 Meses de Idade: Quando a criança já tem mais de 6 meses, a radiografia se torna o exame de escolha. O osso do quadril se torna mais visível nas radiografias, permitindo uma análise detalhada da posição e do desenvolvimento da articulação. Como as medidas realizada abaixo:
• Acompanhamento a Longo Prazo: Após o tratamento, a radiografia pode ser realizada para monitorar o progresso da correção e garantir que o quadril se desenvolva corretamente. A frequência das radiografias varia conforme a recomendação do ortopedista.

A Radiação é um Problema?

A preocupação com a exposição à radiação, especialmente em crianças pequenas, é válida, mas deve ser vista dentro do contexto de cada exame. A radiografia é um exame seguro quando realizado de forma controlada e conforme a necessidade. Veja alguns pontos importantes:

Baixa Doses de Radiação: As radiografias realizadas para a DDQ usam doses pequenas de radiação, que são adequadas para o diagnóstico e acompanhamento da condição. Um estudo interessante de Vogel e colaboradores, em 2021(referência abaixo), demonstraram que 7 radiografias pélvicas até os 5 anos de idade representam um baixíssimo risco de malignidade ao longo da vida, o que é relevante para considerá-lo como um exame de baixo risco, desde que não seja repetido excessivamente.

• Benefícios Superam os Riscos: Os benefícios de um diagnóstico precoce e o acompanhamento adequado superam os riscos potenciais da radiação. A displasia do quadril não tratada pode levar a problemas graves, como artrite precoce e dor crônica, o que justifica o uso da radiografia.
• Alternativas de Baixa Radiação: Técnicas de radiografia digital e o uso de filtros podem reduzir ainda mais a exposição à radiação.

Conclusão

A radiografia é um exame importante no diagnóstico e acompanhamento da displasia do quadril, especialmente após os 6 meses de vida. A radiação utilizada é mínima e controlada, e os benefícios do diagnóstico precoce e tratamento adequado superam os riscos. Se o seu filho foi diagnosticado com DDQ, não hesite em seguir as recomendações do ortopedista para garantir o melhor cuidado.

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Se você tiver dúvidas sobre os exames necessários para o diagnóstico e acompanhamento da displasia do quadril, agende uma consulta. Estou aqui para garantir que o seu filho receba o melhor tratamento possível.

Referência

• Vogel E, Leaver T, Wall F, Johnson B, Uglow M, Aarvold A. Repeated Pelvic Radiographs in Infants, After Harness Treatment for Developmental Dysplasia of the Hip, Carry Very Low Radiation Risk. Indian J Orthop. 2021 Jun 30;55(6):1543-1548. doi: 10.1007/s43465-021-00438-x. PMID: 34987727; PMCID: PMC8688633.)
• Edmonds EW, Hollnagel KF, Bomar JD, Frick SL. AP Radiographic Assessment of the Pediatric Pelvis for Developmental Dysplasia of the Hip. J Am Acad Orthop Surg. 2023 Jul 15;31(14):717-726. doi: 10.5435/JAAOS-D-22-01218. Epub 2023 May 4. PMID: 37410489.